segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sussuro, de Becca Fitzpatrick

Subitamente, ele me levantou e me sentou no balcão. Lançou para mim um sorriso convidativo e sombrio. Ele abriu as mãos sobre o balcão bem na altura dos meus quadris. Curvando a cabeça para um lado, ele se aproximou. Seu cheiro me fazia lembrar terra úmida e escura e me dominava.
- Você precisa ir - suspirei - Com toda certeza, precisa ir.
-Para cá? - A boca dele estava no meu ombro - Ou para cá? - Dirigiu-se então para o meu pescoço.

Editora Intríseca, 259 páginas, 2010.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aviso!

Oi gente,
gostaria de muito de agradecer aos 150 seguidores e a todos que aguardam um final para a história de Maysa, mas infelizmente não será agora. Estou me afastando um pouco do blog, por uns dias, preciso ficar só com meus livros, sem inspiração, sem nada! Eu espero que compreendam. Vou postar com frequência, mas não será textos meus. Volto a ativa logo, por favor me perdoem.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Parte VII - Amamos uma alma.

Para ler ao som de: The Script - Talk you down

No hospital Maysa foi até a sala de fisioterapia, se inicia mais uma batalha. Fez tudo o que a médica mandou, tentou fazer com que seu braço logo melhorasse. No final da seção teve a súbita vontade de conhecer a área de câncer do hospital, mas precisamente a área com crianças e adolescentes portadores de câncer. Era de se esperar tamanha emoção ao andar pelos corredores do hospital. As lembranças dos piores dias de sua vida percorriam-lhe a mente, por um momento sentiu sua mãe por perto, sentiu seu cheiro. Quando entrou na ala das crianças/adolescentes portadores de câncer a emoção tomou conta de seu coração.

Andando pela área conheceu Gabriel, um adolescente de 17 anos, perdidamente apaixonado por Giovana. Maysa conversou muito com ele, tinham coisas em comum e escutar a sua historia a fez refletir muito sobre o significado da vida. Gabriel e Giovana se conheceram dentro do hospital, há cerca de um ano, e a partir de então passaram a viverem muito próximos um do outro, puderam crescer juntos e gozar de momentos alegres naquele ambiente triste. Gabriel mostrou-se muito maduro para tão pouca idade, nunca perdera a esperança de poder sair dali com seu amor, para que assim pudessem viver tantos outros momentos de felicidade plena. Provou a Maysa que o primeiro amor a gente nunca esquece. E ainda que vivessem dentro do hospital e tivessem todos os motivos para ficarem tristes, eles conseguiam rir na maioria do tempo, procuravam sempre ajudar um ao outro. Maysa, escutando tudo, emocionou-se muito ao ouvir a história de amor deles, que era contada com muito entusiasmo.

- “Pensava que não ia me apaixonar, temia morrer sem saber o que é amor. Mas isso mudou quando conheci Giovana. Surgiu então um amor puro, que ninguém sabe a força que tem. O que mais ela temia era perder os cabelos, tinha medo de ficar feia, mas pra mim ela nunca ficaria. Certa vez pude ir visitar minha família em casa, passei um fim de semana todo no sítio de meus avôs, no interior, a saudade apertou nesses dias. Comunicávamos-nos por email, e torpedos no celular, mas nada comparável a estar perto dela. No domingo, recebi um email dela, dizendo que estava muito triste, e que não queria mais me ver. Não entendi o porquê, nunca havia acontecido isso. Decidi voltar o mais rápido possível para o hospital. E quando cheguei descobri que ela havia mudado de quarto, não estava mais ao lado do meu. A procurei pelo hospital todo e quando a encontrei entendi o que estava acontecendo. Giovana teve que raspar a cabeça. Perder o seu cabelo foi à pior fase para ela, sabia que isso poderia acontecer, e que ela não ia me querer por perto. Só não imaginei que fosse tão rápido. Desejei estar perto dela, mas ela havia pedido para não me deixarem entrar no quarto. Foi quando me perdi em prantos, e voltei para meu quarto. Se havia, em todo esse tempo, conseguido seguir em frente, e continuar a luta contra essa doença, foi graças a Giovana. Juntos somos o sorriso. O conforto e o todo. Somos o abraço, o ombro, a mão estendida e o carinho. Parecidos e opostos, rimos, gargalhamos e falamos. Fofocamos, choramos, dormimos e nos aconchegamos. Nosso amor substitui a dor, pois é puro e infinito. Resolvi então, mandar a ela uma rosa, com um cartão, pedindo para que me recebesse, e ela aceitou. Foi quando se escondeu, porque estava sem cabelo, e eu disse que não a amo somente fisicamente, e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma.”

Escutando tamanha declaração de amor, Maysa não pode conter as lagrimas, seu coração parece que sofria a cada palavra dita por Gabriel, que vivia com câncer há dois anos. Ele conheceu Giovana quando ela também teve que se internar e por mera coincidência do destino o seu quarto era ao lado do dele, o que fez com que os dias se aproximassem muito, num puro gesto de amizade, que se tornou amor. Sempre que Giovana temia morrer, Gabriel estava pronto para aconchegá-la, sempre deixando claro que a morte não o fim.

(...)

Pedro viajava nas palavras de Machado de Assis, seu escritor preferido. Tentava imaginar se algum dia iria reencontrar a menina dos olhos de ressaca, mas o que ele não sabia que era impossível Maysa sair de seus caminhos, pois ninguém altera o seu destino. Pensava nela como um fluido misterioso e energético, e um tanto charmoso. Maysa era sua Capitu, descrita em uma clássico, dispensando todas as virgulas e pontos. Era única.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Parte VI - Olhos de Ressaca

Para ler ao som de: Deserts Lands - Trading Yesterday

Maysa passou uma semana em casa, absolutamente sozinha e sem fazer nada. Tinha consulta marcada para sexta-feira, era o dia de tirar o gesso de seu braço e começar a fisioterapia. No fundo sentiu-se feliz por voltar ao hospital, havia uma pequena esperança de encontrar o homem do qual não sabia o nome.

(...)

Pedro teve uma longa semana no hospital, os segundos se tornavam horas. Não via a rua, nem sentia o cheiro de verde há uma semana. Não sonhava, nem pintava, não era nada enquanto estava internado. Tudo era muito doloroso, mas tentava seguir em frente. O processo de quimioterapia era sofrido, mas tinha que tolerar. Acreditava que ninguém podia fugir de seu destino, muito menos escrever outro, sendo assim havia de ter uma razão para tudo que lhe estava acontecendo. Qual? Ele ainda não sabia.

Finalmente, chega sexta-feira, e é dia de poder passar o fim de semana em casa. Seu pai, sempre muito amoroso vai buscá-lo, juntos passam pela recepção e param para conversar com o seu oncologista. É uma simples conversa, leviana, mas no meio desta Pedro entra em choque ao olhar uma garota que não era Capitu, mas possuía os olhos de ressaca. Aqueles cabelos cacheados o chamaram toda a atenção do mundo, aquela pele cor de jambo e o ar de menina o enfeitiçaram. Não conseguia tirar os olhos dela, seguia-a com o olhar até ela sumir do seu campo de visão. E aquela imagem sedutora, de uma menina com os olhos impecáveis de Capitu ficou em sua memória.

Tentou informações sobre ela, sentia necessidade de torna a vê-la. Ele era o poeta e ela se tornou a inspiração. Questionava como as coisas podem acontecer tão rapidamente, foi apenas vê-la e uma tamanha admiração florou por dentro de si. Parecia que a conhecia de algum lugar, não era tão normal essa sensação, algo o fez encontrá-la ali, ou quem sabe reencontrá-la. Ele acreditava em destino, Pedro era espírita.

Sem sucesso de reencontrá-la, desistiu (temporariamente) de vê-la novamente. Sentia dentro de si que voltariam a se encontrar. Rumando para casa não conseguiu tirar das suas lembranças os olhos daquela menina, que não era Capitu, mas possuía os olhos de ressaca.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Parte V - Os dois lados da vida

Para ler ao som: Fotos na estante - Skank

A dor da perda de sua mãe nunca iria se cicatrizar carregaria consigo essa marca eternamente. O que Maysa não imaginou foi que perderia também seu pai, mas de forma mais trágica, pois perdeu um pai que ainda continua vivo e esqueceu que tem uma filha.

Chegou à casa sozinha, ainda com a imagem dos olhos do rapaz que desceu do táxi, seus pensamentos estavam soltos. Entrou em casa e sentiu um ar pesado, foi quando deu por si e viu que nem em casa seu pai estava, ele se esquecera totalmente de buscar-lhe no hospital. Talvez sua vida não pudesse pior mais. No fundo do seu coração queria voltar ao hospital e descobrir quem era aquele rapaz, que ainda com aparência cansada tinha em seus olhos uma alegria indestrutível. Sentiu inveja dele. Subiu para o seu quarto, que no momento era o seu paraíso, sentou na cama e viajou em pensamentos. Se fez várias perguntas, das mais simples as mais complexas, umas tinham respostas, outras não. O momento em que Maysa precisa fazer seu auto-conhecimento, parar de pensar como a menina que perdeu a mãe, para pensar como uma mulher que superou um sofrimento. E quando decidi tomar banho, seu pai bate na porta e entra no quarto:

- Oi filha? Como está? Desculpe, eu iri... – procurava as melhores palavras para justificar tamanha ausência. Mas, Maysa nem deu o trabalho de escutar.

- Não precisa procurar nenhuma explicação, nem desculpas. Negócios são negócios não? – o rancor era explicito em sua voz.

- Maysa, por favor, não é isso. É porque aconteceu.. – Raul se sentou ao lado da filha, tentou uma leve aproximação, mas o estado agressivo de Maysa não permitiu, ela se levantou e abriu a porta no quarto, sem meias palavras disse:

- Ok, não quero explicações. Contra fatos não existe argumentos! Por favor, saia e me deixe sozinha.

Sem insistir muito Raul saiu. Olhou mais uma vez para sua única filha parada na porta do quarto, tentou lhe dar um beijo na testa, mas foi rejeitado. Não olhou para seu pai, mas amargamente disse:

- Quando você vai entender? Quando vai superar a morte da mamãe? Posso pedir o seu amor de volta? Aquele que não é preenchido com distância, nem por meios de negócios?

Não ficara mais um segundo ali, Raul saiu, se sentindo destruído, mas entendendo o que sua filha tava passando.

(...)

Pedro estava a enfrentar mais uma longa semana no hospital. Aquele ambiente já estava impregnado em sua pele, já fazia parte dele. Depois que descobriu sua doença passou a construir outra vida, se tornou outra pessoa. Tentava ao máximo aproveitar cada segundo que a vida lhe dava, não perder nem um minuto triste, pois agora entendi quão preciosa é a vida. Viver cada dia como se fosse o último. Viveu tão pouco, acabara de completar 24 anos, garoto dedicado, sempre procurou ter um futuro brilhante, e quando estava conquistando isso, descobriu o seu câncer. Tinha acabado de ganhar uma bolsa de estudos na Holanda, em Artes, mas perdeu, o câncer o tinha tirado todos os seus mais lindos sonhos. Era um pintor, um escritor, um poeta, um músico, um romântico, um amante, um errante, um humano. Acreditava na possibilidade de viver um grande amor. Mas, vendo seu estado de saúde percebeu que perdeu tempo demais.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Parte IV - Na saída

Já havia se passado uma semana quando Maysa acordou. Olhou ao redor sem entender nada, respirou um ar terrivelmente familiar e percebeu que não estava com suas vestimentas. Passando mais uma vez os olhos ao redor daquele cômodo, notara que estava em um familiar quarto de hospital.

-Ai... – Maysa grita quando tenta se mexer, afim de levantar da cama e ir embora. Sente dores no braço esquerdo e percebe como todo seu ombro até o antebraço está engessado e ela mal consegue mexer. Procura por sua mente uma maneira de lembrar o que havia acontecido com ela, mas parece que tudo foi apagado.

- Bom dia Srta. Cavazotto. – Uma mulher de branco se aproxima da cama, olha os aparelhos e examina Maysa. – Percebo que está muito melhor, se continuar assim poderá...

- O que aconteceu comigo? – Maysa interrompe afim de uma explicação.

- Você não se lembra? – Maysa indica com a cabeça que não – Você sofreu um acidente de carro há uma semana. Você sobreviveu por muita sorte, quebrou o braço e o máximo que vai precisar é de uma fisioterapia.

- Ok, posso ir embora quando? Eu odeio hospitais.

- Se progredir bem essa semana pode sair, mas terá que voltar todas as tardes a fim de fazer uma fisioterapia e recuperar o movimento do braço o mais rápido possível.

A enfermeira foi embora, deixando Maysa na solidão clara do seu quarto.

(...)

Dias se passaram e Maysa detestava mais aquele ambiente. Odiava hospitais. Era um local onde a tristeza predominava, as pessoas nunca riam, ou nunca falavam em felicidade.

No dia de sua alta, uma emoção passou pelo seu semblante, ver o sol e sair daquele lugar frio era tudo que estava a desejar. Só queria voltar pra sua casa, tomar um banho frio e ler um dos livros que sua mãe escreveu.

Seu pai não estava te esperando pra ir embora, muito provavelmente por causa do trabalho, ela teria que se arriscar a pegar um táxi.

Na saída do hospital não tinha ponto de táxi e quando avistou um homem saindo de um, saiu correndo pedindo para segurar o táxi. Quando estava pra entrar no carro e ir para sua casa, viu que quem estava a sair do veículo não era um homem tão velho assim. Estava pálido e tinha que andar em cadeiras de rodas. Tinha os olhos tristes e a boca estava muito seca. Teve ajuda de uma enfermeira para sentar na cadeira de rodas, tinha consigo soro e estava com Ipod e um livro no colo. Maysa estava segurando a porta do carro e quando ele levantou o olhar pra ver quem era que estava ali, deu um sorriso bobo, meia boca. Tímida, Maysa não tinha nem uma reação. Ficou mais vermelha ainda, depois que seus olhos se encontraram com os deles, e ficaram parados no meio do trânsito do Rio de Janeiro, sem se mover. E sem notar Maysa já estava dentro do táxi. E ela nem olhou pra trás.

(...)

Um final de semana em casa e mais uma longa semana no hospital. A vida de Pedro era essa desde que descobriu que tinha câncer.

Continua...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Parte III - Chuva e lágrimas

Para ler ao som de: James Blunt - Tears and Rain

Há anos atrás tudo que deseja era que a noite caísse, para que assim sua mãe lesse suas melhores histórias. As histórias que ela mesma escrevia para sua pequenina. Todos os dias uma nova história surgia, fazendo Maysa ansiar pela hora de dormir, pois era momento em que se transportava com sua mãe para um mundo mágico. Mas, depois da morte dela, odiava a noite, e pedia todos os dias que o sol não fosse embora. Era o pior momento do dia, era a ocasião em que sentia muita falta de sua mãe, necessitava muito da sua mãe afagando seus cabelos.

Sua mãe morrera de câncer. Morreu. Câncer. Dor. Falta.

Maysa não suportava lembrar os últimos momentos que teve com sua mãe, se sentia uma total impotente, tentando do todos os modos tornar a dor de sua progenitora em sua própria dor. Tentava entender como a vida lhe tirou aquilo que mais amava sem nem pedir permissão. Era como não respirar há cinco longos e deprimentes anos, não sonhava, não amava e não sentia seu coração bater de um jeito meigo.

Num súbito gesto, foi rude em não deixar que as lembranças lhe matasse aos poucos, levantou e sem nem ao menos colocar um calça, pegou as chaves do carro e saiu. Não podia deixar a sua cabeça estacionada, não queria deixar-se matar aos poucos. Já era tarde, a leve garoa que surgiu junto com a noite transformou-se em torrentes de chuvas. Maysa achou que dar uma volta no bairro não lhe faria mal algum, precisa respirar.

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Chora muito, e junto com as lágrimas vêm às lembranças ecoando em sua memória: seu aniversário de 15 anos, seu primeiro beijo, sua primeira menstruação, sua aprovação no vestibular, todos os momentos que mais precisava de sua mãe, ela não pode estar, são momentos que foram importantes e que sua mãe não estava. Sentiu uma pontada forte no peito ao pensar que haveria tantos outros momentos que viriam e sua mãe não estaria em físico, talvez em alma. Tornou-se tão dura, fria durante esses anos, era menina, a mesma delicada menina que sua mãe deixou na manhã de sua morte.

- Tantas coisas que queria te contar mamãe, esses anos que tentei viver sem você foram torturantes. Volta pra mim, por favor! – Maysa começa a gritar, dirigindo cada vez mais rápido.

E num repente momento tudo ficou branco e frio...

continua...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Parte II – A (ir)racionalidade da perda

19 anos. Estudante de pedagogia. Saudável. Bonita. Inteligente. Rica. Maysa é a garota dos sonhos, de maneira simples causa inveja em todas as suas amigas, que admiram suas feições são delicadas e perfeitas. Pode ter tudo que deseja, todos os “amigos”, usar as melhores grifes, conhecer todos os lugares e transar com todos os rapazes. Mas, ela nunca mais se sentiu completa depois do que aconteceu. Ela se definia como 50%, metade. Seu maior desejo era sentir seu coração ferver de novo, mas, ela era tipicamente uma tábua rasa, que precisava ser preenchida com amor, carinho e calor.

Depois que sua mãe morreu de câncer, há cinco anos, sua vida se tornou uma tela árida cinzenta. Seu pai mal ficava em casa, sempre usava a desculpa do trabalho, não saia com amigos, não arrumava uma namorada, sua vida estava totalmente sem sentido. Maysa até desconfia se durante todo esse tempo ele teve alguma relação intima, mesmo que rápida. Ela sabia que seu velho estava sofrendo, porque sofria também.

Sem amigos, Maysa se sentia sozinha, definia as suas companhias como pessoas. Ela possuía pessoas e não amigos. Sua casa quase sempre ficava vazia, os sons que ouvia era da solidão e da saudade, que constantemente conversa com ela. Ela tinha certeza que sua vida não podia piorar, nem a morte seria tão ruim quanto o que ela está passando. Ela se enganou quanto à situação de sua vida, as condições iriam se tornar cada vez piores. Tudo havia de mudar na vida de Maysa.

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Sem perceber, a noite cai como luva, uma leva garoa começa a surgir, molhando a vidraça da sua janela. Passou o dia na mesma posição que acordou, sentada olhando o outono passar. Não conseguir saber se estava respirando regularmente, se seu coração estava batendo, só queria mudar toda aquela situação.
continua...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Parte I – Quando as lembranças estão vivas

Para ler ao som de: He is we – Blame it on rain

Hoje ela deixa as lágrimas rolarem pelo seu rosto e caírem no coração, gelando-o. Ela chora de tristeza, de dor que é alimentada pelo desespero e pela saudade. Chora por estar perdida, por não agüentar mais. O tempo todo questiona-se por que tudo em sua vida percorre pelo caminho errado, questiona-se esperando as mais obvias respostas, mas elas nunca vêem.

.... Com o tempo as lágrimas caem com mais rapidez, cada vez mais gélidas, cada mais possuídas de dor.

Sentada na janela do antigo quarto de sua mãe, as folhas de um outono que deveria ser perfeito caem periodicamente no chão, com seus olhos percorrendo o jardim de folhas secas percebe como as pessoas simplesmente não se importam com que têm importância. Não percebem o quão poderosa e dolorida pode ser uma palavra dita na hora errada, o quanto um simples gesto pode destruir seu coração, é sem perceber que as pessoas fazem seu coração chorar.

Hoje é o pior dia dos últimos cinco anos para ela. Hoje faz cinco anos. Ela tentava ainda superar os outros dias e fazer deles dias normais, era difícil, mas ela tentava. Só que hoje não era um dia comum, as lembranças não deixavam que seu dia fosse comum. A casa, o cheiro, os móveis, seu quarto, as fotos, tudo estava no mesmo lugar, cobrados por poeira e com cheiro de saudade, era impossível controlar as lágrimas. Desde o ocorrido prometera a si mesmo que não ia mudar nada, pois era a única maneira de deixa as suas lembranças ainda vivas.

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Oi gente, resolvi postar uma história que escrevi há alguns anos. Espero que gostem. É um drama muito envolvente. Vai estar dividindo em partes, no máximo umas 15, postarei periodicamente, espero que acompanhem e dêem seus comentários. Beijos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Definição de (re)caídas:

consistem nas quedas mais doloridas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Da mesma maneira

Há momentos da vida em que temos que lidar com a situação constrangedora do amor. Por mais que você ame alguém, com todas as forças que o universo pode unir, tem vezes que, não importa o quanto você a ame, elas simplesmente não podem te amar da mesma maneira.
... e incrivelmente a gente passa a aceitar isso.
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"Primavera se foi e com ela essa dor, se alojou no meu peito devagar..."

Do Twitter.

Oi gente, tudo bem? Depois de muito tempo tentando aprender a mexer no Twitter, hoje decidi que ele não iria me vencer, e logo aprendi tudo tudo sobre ele. E estou adorando, vou ficar viciada. Então, blogueiros, contatos por favor. Vou seguir e responder todo mundo. Me sigam também. Beijos. @laibrisa

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dos conselhos que dou.

Laís: Você a ama?
Lucas: Terrivelmente!
Laís: Então, só seu amor pode destruir tamanho sentimento. Só ele pode ser capaz de arruinar o que demorou tanto para se construir. Mas, além disso, é ele que vai salvar tudo, que vai te guiar. Confuso né? É, eu sei. Mas, ninguém te disse que amar seria fácil.

Cabeça de Vento # 01, de Meg Cabot

"Algumas vezes eu acho que o ensino médio é apenas algo que a sociedade impõe aos adolescente como uma espécie de teste para ver se nós temos resistência para lidar com o mundo real. Se for um este, estou bastante certa de que estou falhando."
Editora Galera Record, 318 páginas, 2008.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quando a mentira se torna verdade.

No meio do bar eu estava com outro e ele com a minha grande ex-amiga que me traiu, aliás, retiro o "grande ex-amiga" e coloco um "grande vadia". Era no meio dos nossos amigos que eu perdi o controle e no auge da minha raiva interrompi aquela beijo nojento que ele dava nela, olhei fundo nos seus olhos e quase pude ler seus pensamentos, disse com toda raiva, gritei de tanto ódio:
- Eu odeio você, sabia? Eu te odeio de verdade.
Num súbito movimento ele pegou nos meus braços e disse:
- Eu sei disso! Eu sei bem disso. É, ainda que você me trate bem, me ligue de madrugada chorando e responda todos os meus emails, eu sei bem que você me odeia, eu sinto isso de você! Mas, só para aumentar seu ódio, eu não te odeio. Muito pelo contrário.
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E com lágrimas nos olhos ele me soltou e virou as costas, sem olhar pra trás saiu do bar, me deixou sozinha no meio daquela gente toda, me olhando e me julgando. Fiquei imóvel por um algum tempo que eu não soube identificar e tive a total certeza que minha mentira tinha se tornado uma verdade para ele.
"Você é tudo que eu amei na vida. Nunca vou te esquecer."

2º dia. Os seus gostos.

Gosto mais de chocolate branco, adoro café com leite e minha comida preferida é arroz, feijão, bife e batata frita. Adoro música, elas me fazem viver. Adoro mais ainda escrever, é como libertar minha alma. Odeio inglês, mas aprendo facilmente. Não gosto de praia, e adoro a noite. Amo sociologia, filosofia, geografia, história, português e biologia. Odeio física, matemática, quimica. Gostaria de ter todos os livros do mundo, e adoro filme de romance. E gosto de mais um zilhão de coisas...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Last Night.

Quando acordei o seu lado da cama estava vazio, coloquei a mão e estava frio, sinal de que saiu muito cedo. Só vi na mesinha um bilhete:
"Talvez essa seja nossa a última noite, você me fez feliz. Me perdoa!
Beijos, toda minha saudade e meu amor de sempre."
... Será que você podia terminar comigo de uma maneira melhor?
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Eu vou fingir que nunca te conheci, que não era de você que eu gostava, porque você era tão diferente, você mudou muito, não posso ficar gamada em você, como se você fosse o único cara nesse mundo, o problema é que ainda te amo.

Lu Alone - Not The Right Day

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Se é amor, deixa!

Era setembro e você chegou. Com um sorriso largo, me via presa a você, como se eu já te amasse antes mesmo de te conhecer, de outras vidas, você acredita em reencarnação? É, eu sei é loucura. Você com seus olhos castanhos me prendia, me deixava sem ar. Nos tornamos amigos, na verdade melhores amigos. Nos falávamos todos os dias, você me ligava de madrugada, fazíamos piquenique no parque e escutavámos Jack Johnson. Quando o verão chegou você me levou para velejar com você pelos 7 mares e todas as noites eu li para você meu livro preferido "O Mundo de Sofia" e juntos viajamos entre dois mundos: o amor e a amizade. E quando dei por mim fiquei de um lado só, já era amor.
...se é amor, deixa!
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O melhor que posso fazer é tentar mostrar-lhe como amar sem medo... ...você roubou meu coração e fez dele seu. Jack Johnson - My Little Girl

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Beijada por um anjo, de Elizabeth Chandler.

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- E se alguém passar por aí e reparar no adesivo de sacerdote do seu pai colado no pará-choque do carro?
Tristan jogou as flores no banco da frente e trouxe Ivy para mais perto. Deslizou a mão pelo vestido de seda que ela usava e deu um beijo suave em seu ombro.
- Eu falaria que estava com um anjo.
- Ah! Que conversa fiada!
- Ivy, eu te amo - disse Tristan ficando sério subitamente.
Ela olhou para ele e depois mordeu os lábios.
- Isso não é um jogo. Eu amo você, Ivy Lyons, e um dia você vai acreditar em mim.
Ela deu-lhe um abraço bem apertado.
- Te amo Tristan Carruthers - sussurou em seu ouvido. Ivy acreditava e confiava nele como jamais havia confiado em alguém. Um dia criaria coragem para dizer com todas as letras: "Eu te amo Tristan. Colocaria a cabeça para fora da janela e gritaria. E até colocaria uma faixa bem no meio da piscina da escola.
Editora Novo Conceito, 264 páginas, 2010.

Selinho # 6.

Obrigada Nadine pelos selinhos, eu adorei.
Indico para: Juuh, Lilly M., Karine, Laís M. e todos os comentaristas assíduos.
Beijos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Apaga(Dor).

Depois de meses longe o moço voltou, de um jeito errado. Dentro de mim só tinha espaço pra raiva e pra revolta. Ele percebendo meu estado de espírito disse:
- Eu só quero te ajudar. - Olha que ironia, ele agora quer me ajudar.
- Você quer me ajudar? Então por que não começa parando de me machucar?
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Os meus olhos vertem lágrimas, meu coração arde em chamas.
Ai quanto é doloroso o sofrimento de quem ama.