Porque beleza não é
tudo. Eu já sabia disso, claro. Mas, tive a comprovação no dia que Babi me
chamou pra ir à balada. Detesto lugares fechados, é muita gente pra pouco
espaço quadrado. Mas, ou era ir dançar em cima de um salto 15 ou é ficar em
casa tentando escrever uma matéria sobre “Gravatas: como combinar?”. Depois me arrependi, obviamente!
Não gosto de baladas
por um simples motivo: muito cara sem noção e meninas de 20 anos achando que a
vida se resume a sexo. Detesto aqueles carinhas idiotas que passam por você e
fazem: “Huuuum, delícia, qual o nome da
princesa?” Nossa, isso ultrapassa todos os limites do meu ódio, e quando
vem acompanhado de uma cantada ridícula? “Huuum,
gatinha. A noite é uma criança! Vem cá e deixa eu ser o seu brinquedo.”
Fico na dúvida entre vomitar, sair correndo ou me fingir de surda. Sério, eu abomino esse tipo de atitude. Odeio
cantada e tentar me pagar uma bebida não cola. O que com certeza me conquista
são palavras. Palavras bonitas, devo lembrar!
Estou escrevendo isso
pra entender, por que sou tão viciada em palavras? Tudo bem, você pode não
achar normal preferir ficar lendo na biblioteca da escola enquanto suas amigas
brincam de casinha. E também achar estranho ter como primeira paixão-ultra-secreta
Kurt Cobain, apesar de ele ter morrido quando eu ainda era criança. Entenda, eu
tenho uma profunda curiosidade por quem escreve o que pensa. É atraente quem
sabe escrever.
Sei que concorda
comigo, garotos que sabem escrever ou conhecem aquele seu poema preferido tem
um charme diferente. Se eles tratam com carinho as palavras, imagine o carinho
que ele te dará? É indescritível a sensação quando um garoto lhe escreve e você
pensa: “Deus, existe alguém que pensa exatamente como eu.” E você não se sente
mais tão bizarra. Ah... Moço que sabe escrever venha me conquistar que sou toda
sua.
É uma pena que o sexo
masculino não enxerga isso não é? Em geral, os homens ainda acham que ter um
corpo bonito, ser gostosa e ser apresentável aos amigos é tudo. MAS NÃO É! Inteligência é afrodisíaco!
Dominar as palavras é um charme.
No dia que eu
encontrar alguém que se sensibilize com o que eu escrevo, mais do que com minha
bunda, eu me caso. Desde que a proposta seja feita em forma de poema e que ele aceite
passar os domingos escutando a discografia do Nirvana. Ah, e não quero
musculoso ok? Não que eu seja preconceituosa, mas tenho pra mim que quando mais
músculo o carinha tiver menos inteligente ele é.