terça-feira, 6 de julho de 2010

20 anos sem Cazuza.

"O nosso amor a gente inventa pra se distrair e quando acaba, a gente pensa que ele nunca existiu."

De pseudônimo Cazuza, quem nunca se identificou com suas belas canções? Pra ser mais direta, quem nunca escutou ao menos uma canção de Agenor de Miranda Araújo Neto? Muito raro alguém não ter escutado, esse cantor nos anos 80 partiu, mas suas canções continuam ainda mais vivas. A morte de Cazuza não parece ter completos seus dilacerantes 20 anos, afinal suas músicas estão vivas que se acaba não acreditar em sua morte.

Dia 7 de Julho de 1990 perde-se Cazuza. Não, calma leitores, nada de santificar esse cantor, afinal não estamos aqui para exaltar ninguém. Que Cazuza, foi um grande compositor isso não há de se negar, porém não podemos esconder sua tamanha rebeldia, sua tamanha irresponsabilidade diante a vida, afinal não pra menos que este morreu de HIV, aos 32 anos.

Rebelde, eu o nomeio também filhinho de mãe, curtia a vontade o que a vida tinha a lhe propor. Noites, festas, drogas, rock n’roll e a AIDS. E com tudo isso, conseqüentemente a morte.

Foi o grande suporte para que surgisse a banda Barão Vermelho, pois na época, os seus integrantes (Roberto Frejat, Dé, Maurício Barros e Gutti Goffi) estavam à procura de um cantor, e sem mais Cazuza aceitou, a música percorria suas veias. E sem trabalho próprio na época (sem gravadora), a banda Barão Vermelho deslancha nas paradas de sucesso, com músicas como “Todo amor que houver nessa vida” que seria futuramente regravada pela Cássia Eller, “Bilhetinho azul” e “Bete Balanço”.

Com a sua bissexualidade assumida, aparecia dentro da Barão Vermelho, o letrista, rebelde, e insensato poeta Cazuza. A consolidação da dupla Frejat e Cazuza foi apenas mais uma das conseqüências, com isso o repertorio da banda eram diverficado com baladas, rock e blues, com letras que falava de sofrimento, de amor e da vida.

No auge em que a Barão ganhou vida própria, graças a Ney Matogrosso que gravou “Pro dia nascer feliz”, Cazuza abandona a banda, a fim de atrás de liberdade musical, poética e de expressão. “Não divido nada, muito menos palco”, foi assim que se finaliza a vida em banda de Cazuza, partindo para uma carreira solo.

Cazuza, em alguma época, que não irei aprofundar, foi internado com pneumonia, e fez o teste de HIV, curiosamente o teste deu negativo, ele ainda não imaginara o que te aguardava. Lança seu álbum solo, com canções de grande sucesso, como “Exagerado”, “O Nosso amor a gente inventa” e outras.

Por volta de 85 Cazuza é internado de novo com pneumonia e descobre que é portador de HIV. Faz diversos tratamentos, inclusive nos EUA. E em 89 a explosão o faz assumir publicamente a sua doença. É fato, que criou consciência em muita gente, pois HIV pode dar em qualquer um, ela não escolhe!

Depois de um ano com tratados alternativos, Cazuza vem a falecer por causa de um choque séptico causado pela AIDS. Curiosamente, próximo a sua morte ele compus compulsivamente, claro, a fim de ser torna um ídolo. Ainda que um grande compositor, rebelde, filhinho de mamãe e irresponsável só colheu no futuro aquilo que plantou. Suas músicas ficaram. E que Cazuza não seja apenas lembrado e santificando, vale lembrar seus “contras”.

20 anos sem Cazuza! Não quero fazer nenhuma ideologia a ele, apenas quero lembrar um compositor maravilhoso, que morreu por ser rebelde, irresponsável e ousado.

Um comentário:

  1. Ahh, amei Laai.
    Merece sim ser muito lembrado por suas ótimas composições e sua coragem, mas nunca esquecendo seus erros que tiveram sérias consequências para ele próprio..
    Enfim gosteei muito mesmoo do texto, acho que é uma visão que todos deveriam ter, não só dele mas de muitos que tiveram carreiras semelhantes :D

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Pior do que uma mulher que fala o que pensa é uma mulher que escreve. (Tati Bernardi)