quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Quando se está apaixonado?



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        Desde que Daisy e eu éramos pequenas, o meu avô sempre nos disse que conseguiríamos saber que estávamos apaixonadas por alguém quando o coração começasse a pular dentro do peito. Ele explicou que esses "pulos" do coração não são apenas a sensação de leveza que sentimos ao conversar com alguém pela primeira vez; é algo mais profundo. É como uma vibração mais grave e intensa que ressoa por todo corpo no momento em que percebemos que precisamos de alguém e o amamos. E o som dessa vibração é mais parecido com um buuuuuuuuuuuum do que com um buuum. Eu ainda não senti esse tipo de vibração; Daisy diz que sentiu com Edward.

Qual seu número?, de Karyn Bosnak.
Editora Novo Conceito, 414 páginas, 2011.

domingo, 13 de novembro de 2011

Me fez inteira.




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Me encontrou em pedaços pelas calçadas de Ipanema, cantarolando Buarque: "mesmo em sonho estive atento, para poder lembrar-te sempre". Estava sentada no calçadão, olhando algo que nem me lembro o que é, talvez não fosse nada, porque eu estava ali, mas minha mente estava em um lugar obscuro. Sentou ao meu lado, e fez o mesmo que eu: olhou algo que não sei o que era. Ficamos assim, ao lado um do outro por um tempo que não sei mensurar, mas estávamos confortáveis. Depois, ele pegou em minha mão, e me levou para casa, e de pouquinho em pouquinho juntou meus caquinhos, tentando me fazer de novo inteira. Teve todo cuidado do mundo: primeiro conheceu todos os pedaços, depois montou e por último passou a cola. Fez um bom trabalho, desconfio que agora eu esteja melhor que antes, porque possuo detalhes dele em cada pedacinho meu. O moço de olhos negros não vai me deixar encher de poeira na estante, não quer me deixar de lado. Todas as noites irá contar seus sonhos, para que possamos sonhar juntos. Vai me levar pela milésima vez para passear no jardim botânico, me fará escutar seus blues e dançar seus samba-rock embalados no sábado a noite. E eu até aceito ser babá do seu irmão quando seus pais viajarem, tudo para ficar pertinho dele. Posso até não ser a oficial, mas sendo dele já me basta. Não quero que ele deixe de me cuidar, de me ninar, não quero ser mimada por outro que não ele. Não quero ser quebrada de novo, porque as chances de achar alguém como ele para me juntar, me colar, me conhecer pedacinho por pedacinho e me amar são (quase) nulas. Não vou deixar ele se perder. Porque ele se importa comigo, porque ele dá o final feliz para minha história cheia de dramas mexicanos, e não é o contos de fadas que eu sonhava ser, é muito melhor. Porque ele me mostrou que o amor nasce nos lugares mais improváveis, porque ele não é o meu grande amor, ele é o amor certo




Eu fui feito para acreditar que eu nunca amaria ninguém.
Fiz um plano: continuar sendo o homem que ama apenas a si mesmo.
Solitária foi a canção que eu cantei, 
Até o dia que você apareceu mostrando-me um melhor caminho
E tudo o que meu amor pode trazer.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Desastre.



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"(...) e viveram felizes para sempre!" 
Que piada! Mal viveram, quiçá foram felizes. Estavam mais para desapontados. Não ele é claro, eu estava. Ele com certeza está agora transando com minha melhor amiga (corringo: ex-melhor amiga), e eu aqui, escrevendo só mais um texto sobre ele. Tentando ocupar o buraco que ele deixou, tentando pensar na campanha publicitária que eu deveria fazer, tentando não imaginar os "eu te amo" que ele está sussurrando nos ouvidos dela, do mesmo modo que dizia pra mim quando a gente fazia amor. E que amor. Tudo bem, somente uma masoquista como eu poderia amar tamanho narcisista, que consegue me torturar até mesmo quando não está presente. 
Está entendendo? Vou explicar direitinho: 
Ele: meu namorado. Talvez o melhor. Ela: se vestia, se comportava, falava e agia como um anjo, mas era o diabo disfarçado. Era minha amiga. 
Ele chegou certa madrugada ao meu apartamento e disse que estava disposto a fazer do "nosso conto de fadas" uma realidade. Se prometeu, por que não cumpriu? E olha, ele era realmente um príncipe com todas as letras e atributos, infelizmente só não previa que esse "para sempre" que prometeste não fosse durar tanto quanto costuma. Certo, sei que foi doloroso só pra uma das partes. E pergunto: depois disso como não odiar os contos de fadas? Eles levam ao desapontamento, ao sofrimento, a ilusão. Deixei meu coração em suas mãos, ele colocou na estante e fugiu com a princesa errada, deixando-me aqui cheias de buracos. Preciso dizer que eu o amei tanto, tanto, que nada que fizesse me faria o amar menos. Nem mesmo fugir com a princesa errada. E talvez seja esse o real problema do nosso relacionamento: o amar incondicionalmente. Eu o deixei partir com minha melhor amiga, porque o real significado do amor é isso: colocar as necessidades do outro acima das suas. E foi o que fiz. Antes de ir definitivamente, ele disse: 
 - Você tem um bom coração, dê a quem merece! Tenha paciência para esperar a pessoa certa. Ela terá um coração tão bom quanto o seu.
Ele não sabe é que a pessoa certa que estou esperando é ele. Esperando sua volta, certa de quem ele vai perceber que a princesa certa não está ao seu lado.

(...) de todos os desastres que eu podia 
eu escolhi você, 
eu não sei por quê.