Não consigo olhar de novo para ele. Meu rosto está em chamas.
- E sei que você fica vermelha quando está com vergonha - ele sorri.
- Não, não fico! - cubro meu rosto com a mão e reviro os olhos.
- Fica sim. Você é adorável. E, no entanto, não sabe disso, o que é a parte mais adorável.
Ninguém, nem mesmo minha mãe, jamais me chamou de adorável.
- E você é linda. Absoluta e inacreditavelmente bonita da maneira mais original e natural. Você se parece com uma daquelas garotas do sabonete Ivory. Lembra daqueles anúncios? Você é provavelmente muito jovem para lembrar. Você é como uma modelo da J. Crew. Completamente natural. - Digo a ele para, por favor, parar. Apesar de adorar o que acabou de dizer.
- É verdade.
Quero acreditar nele.
Ele beija meu pescoço, a mão esquerda pousada no meu quadril.
Editora Nova Fronteira, 352 páginas, 2004